Nova variedade de cana transgênica do CTC obtém aprovação do CTNBio

Até o momento, companhia já obteve autorização para seis variedades geneticamente modificadas, todas resistentes à broca da cana-de-açúcar

20/5/2021 08:34
Ester Agroindustrial
Ester Agroindustrial

Uma nova variedade de cana-de-açúcar transgênica desenvolvida pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) foi aprovada para comercialização pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Um extrato do parecer técnico foi publicado no último dia 14 no Diário Oficial da União.

De acordo com o CTC, a CTC9005Bt é a sexta variedade geneticamente modificada criada para combater a broca da cana, uma das principais pragas dos canaviais brasileiros. A primeira liberação comercial aconteceu em 2017.

"Com esta aprovação, o CTC passa a ter um portfólio de variedades transgênicas resistentes à broca que cobre todo o território da cana no país, adaptado às lavouras dos variados climas e solos", informa a diretora de assuntos regulatórios, Silvia Yokoyama.

Segundo números disponibilizados pela companhia, a broca provoca prejuízos anuais estimados em R$ 5 bilhões. "Por serem resistentes à praga, as variedades Bt do CTC evitam as importantes perdas de produtividade causadas pelo inseto, reduzem custos de produção e trazem ganhos em sustentabilidade", afirma o CTC.

Conforme o parecer disponibilizado pelo CTNBio e assinado pelo presidente da comissão, Paulo Augusto Barroso, a variedade aprovada possui a proteína Cry1Ac, que confere resistência à broca da cana-de-açúcar, e a NptII, empregada como marcador de seleção.

"Tanto a Cry1Ac quanto a NptII possuem amplo histórico de uso seguro na alimentação humana e animal, uma vez que estão presentes em diversos eventos geneticamente modificados avaliados por agências regulatórias em vários países do mundo", acrescenta o CTNBio.

O documento ainda menciona que foram realizados ensaios com ao menos quatro gerações da planta, o que confirmaria a estabilidade genotípica. Além disso, o parecer reforça que a variedade CTC93209-4, já aprovada comercialmente, serviu como referência.

"A CTNBio concluiu que a cana geneticamente modificada, evento CTC95019-5, não é potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, guardando com a biota relação idêntica à variedade convencional", completa.

Além disso, a CTNBio afirma que não foram identificados riscos não negligenciáveis, de modo que o CTC está isento da apresentação de um plano de monitoramento pós-liberação comercial. Entretanto, caso o Centro identifique um eventual risco desta modalidade, a empresa deverá comunicar a CTNBio no prazo de 30 dias úteis.

Atualmente, das seis variedades de cana transgênica desenvolvidas pelo CTC, duas CTC20Bt e CTC9001Bt já estão plantadas em cerca de 150 usinas do país. Outras duas, a CTC9003Bt e a CTC7515Bt, estão tendo o plantio iniciado neste ano. "As duas mais recentes CTC579Bt, aprovada em dezembro, e a CTC9005Bt estão sendo multiplicadas e deverão entrar em campo em breve", assegura o CTC.